Família é algo pela qual sou apaixonada!
Mas a consciência de todo esse amor só conquistamos com a maturidade. Na
infância a gente ama, mas é um amor gratuito, inconsciente. O amor verdadeiro,
de fato. Depois vem a adolescência, e esta é uma fase tão conturbada, com tanta
coisa acontecendo, que deixamos passar alguns importantes momentos familiares.
Digo tudo isso porque agradeço a Deus a dádiva de ter chegado à vida adulta com
meus avós todos vivos, mesmo que por um curto tempo. Pude aproveitar,
conscientemente, bons momentos ao lado deles. Observando coisas particulares na
personalidade de cada um! Perdi duas avós e um avô, e por tê-los conhecido
melhor, sei exatamente do que sinto falta em cada um deles! Ficou o ‘vô Nicó’,
que recentemente fez 80 anos. Aprendi a gostar ainda mais do baixinho! E tenho
certeza que a convivência com ele será importante para o momento em que meu pai
tiver seus 80 anos, por exemplo. Assim espero!
Mas não foi isso que me escrever
aqui esta noite. Quando vi este bebê com esta boina, automaticamente me lembrei
do meu terceiro avô! Fui muito privilegiada em ter aquele homem doce em minha infância.
Pe. Vicente Gonçalves de Albuquerque foi o “avô que estraga netos” que eu não
tive. Sem laço sanguíneo algum, só afeto, por um padre com quem minha família
teve a alegria de conviver. Um senhor de cabelos brancos, cobertos por uma
boina como esta. Saudades da cobraça por meu boletim, saudade de ouvir “precisa
estudar mais matemática”, saudades da caça ao chocolate naquele casarão
inteiro, saudade daquela risada em que ele se balançava inteiro, saudades das
confissões quase que semanais, saudade da bagunça sempre permitida que eu e
minha irmã fazíamos ali! Tive a sorte de ter um terceiro avô, um doce terceiro
avô!
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