(Outro texto antigo que resolvi postar
aqui)
Certa
vez, ao buscar livros interessantes em um desses sebos de Fortaleza, me
questionava sobre o que me leva e o que leva outras pessoas a buscarem livros
que foram deixados ali. Grosseiramente falando, sebos são lugares onde
encontramos livros deixados por donos que resolveram se desfazer de algo que não
lhes serve mais. Ou mesmo para trocar por livros mais interessantes. Seriam
aqueles livros ruins? Porque alguém iria se desfazer de um bom livro?
Mesmo
pensando tudo isso, saí do sebo com dois livros! Então fiz a seguinte
comparação: homens são iguais aos livros! Todos têm alguma história, algum
conteúdo. Uns mais extensos que outros. Uns que nos levam a refletir, outros
que nos arrancam gargalhadas. Uns que nos ensinam muito e outros que não nos
acrescentam nada!
Quanto
mais eu pensava, mais ficava admirada com a semelhança que eu tecia. Um dono
que se desfaz de um livro é com um casal que termina um relacionamento. O fato
de o dono vender ou trocar um livro em um sebo não significa que o livro não
seja bom. Certamente aquele livro teve sua utilidade e levou seu dono a um
crescimento. E muito provavelmente sairá daquele sebo para fazer parte da vida
de outro alguém.
As
vezes nos damos conta que adquirimos um livro sem conhecer ao certo o seu
conteúdo, criando assim expectativas e em seguida descobrimos que aquele livro
não era exatamente o que esperávamos. Então, o que me faria permanecer com
aquele livro? Mantê-lo comigo apenas pelo sentimento de posse? O ideal é
deixá-lo ir e, quem sabe, chegar às mãos de quem, de fato, necessita dele.
No
entanto, há livros que compramos sem fazer a mínima ideia de seu conteúdo,
algumas vezes atraídas apenas por um título sugestivo e acabamos nos
surpreendendo agradavelmente com um belíssimo conteúdo!
Cada
pessoa tem um livro que é o livro de sua vida. Um livro com significado
especial, que em algum momento lhe marcou profundamente e permanece conosco, em
lugar de destaque. Algumas pessoas já encontram o seu. Enquanto outras, ainda o
buscam.
Ainda
encontro o meu...
