19 de abril de 2012

E o amor entrou em colapso!



Enquanto não nos sentirmos responsáveis pelo caos que se instalou e cada dia toma proporções ainda maiores, nada mudará! Pois as pequenas melhoras, conquistadas por poucos, são engolidas por uma tragédia anunciada. Esta noite ouvi tiros semelhantes aos que ouvi há alguns anos atrás e que acreditei que não ouviria nunca mais (pelo menos era o meu desejo). Felizmente os tiros que ouvi hoje não causaram a tragédia que os anteriores causaram. 

Mas me fizeram refletir quanto ao valor de uma vida. Esta semana vi uma campanha pelo tratamento de saúde de um professor de psicologia. No material que divulga a campanha uma pergunta: quanto vale uma vida? Em uma linda utopia, se diria: dinheiro nenhum! Você certamente diria isso sobre um parente seu, pai, mãe, irmão ou irmã, família! Mas, e pela vida do outro? Quanto vale a vida do teu vizinho? Do índio? Do negro? Do judeu? Do mendigo? E de tantas outras vítimas de nosso preconceito BURRO??? Me deem uma explicação aceitável e coerente que justifique o absurdo de a vida de um mendigo não ter o mesmo valor que a sua vida!

Adoeço, me aborreço, me incomodo, me indigno e me envergonho de todas as vezes que banalizamos vidas! Independente de que vida for! Que sujeito sou eu, que me revolto com um cachorro que apanha de seu dono e dou gargalhadas de tiros que escuto? E não me venha com o discurso do “rir pra não chorar”! O meu riso diminui a culpa de quem comete o ato criminoso, pois me torna cúmplice! 

Acredito na bondade das pessoas, digo isso, repito e dificilmente mudarei minha opinião. A questão é que tudo já se banalizou de tal maneira que deixa a situação irreversível. E como disse, um ato de bondade, por mais grandioso que seja, perde visibilidade diante de tanta falta de amor! Agora mesmo me veio à memória o mandamento que diz: “Ama teu próximo como a ti mesmo”. Penso que a questão é justamente essa, o amor próprio foi perdido, as pessoas deixaram de acreditar em si, em seus potenciais. As pessoas estão deixando de amarem a si mesmas, perderam o respeito a si próprio. Se eu não tenho amor por mim, como terei pelo outro? Se eu não respeito a minha vida, certamente não respeitarei a do outro. E engana-se quem pensa que pensar somente em si é o mesmo que amor próprio! Pensamentos assim, fizeram com que a lei do aborto de anencéfalos fosse aprovada! Quem é você, que tem a audácia de achar que aquele ser, mesmo que com chance nenhuma de sobrevivência, tem menos valor? Ouvi a seguinte justificativa: “mas você precisa ver o sofrimento desta mãe. A criança, ao nascer, tem o aspecto de um monstro!”. Monstro seria eu ao, tendo a chance de escolher, decidir pelo fim da vida de quem quer que seja! É como sentenciar uma pena de morte. E aguardemos, esta será a próxima lei que banaliza vidas a ser aprovada, neste caos instalado a que assistimos de braços cruzados (e rindo).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sem sono também? Pois comenta aí!